Devem exigir que eu procure a verdade, não que a encontre…”

Devem exigir que eu procure a verdade, não que a encontre…”
A verdade é o átomo da vida humana! A ínfima e crucial partícula que norteia a correcta passagem do Homem neste globo terrestre.
Em primeira instância, é necessário englobá-la num determinado sistema de valores. A realidade abarca um papel preponderante nessa selecção, bem como a imaginação, a criatividade e o reconforto moral da prática de determinada conduta. O que é então, a verdade? Segundo Nietzsche é um ponto de vista. Para Espinosa é o que se pode comunicar a todos e é aceite pelos mesmos. Enfim, a filosofia estuda a verdade de diversas maneiras.
Reportando-nos a uma visão social desta temática, apraz salientar que a inteireza resulta sempre, de juízos a priori e a posteriori. Os juízos a priori são conhecidos na mente anteriormente à realização de determinada experiência. Existem em conformidade com um padrão prévio de significações, que de uma forma não aleatória definem a justeza das coisas, de maneira superficial e carecendo de um maior estudo social. Os juízos a posteriori são a proporcionalidade directa entre o raciocínio previamente englobado e o choque com a veracidade dos objectos. Assume-se de senso comum, a mudança de opinião de uma pessoa em relação a um seu semelhante, depois de o conhecer. Diz-se que se tinha uma ideia errada, pré-estabelecida daquilo que se ouvia. Geralmente, usando o saber popular, é verdade que “ quando à fumo, à fogo”, contudo nem sempre é assim.

Chegados a este ponto, há que focar um aspecto essencial na procura da veracidade. Esta tem, obrigatoriamente, de se encontrar despida de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade). O preconceito assume-se como um juízo preconcebido, geralmente manifesta-se de forma discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Habitualmente indicia um desconhecimento pejorativo de uma dada pessoa face ao que lhe é indiferente. O preconceito pode ser de três tipos: social, racial e sexual. Normalmente, a sua semente geradora é uma generalização superficial, um estereótipo. Quando se diz “ todos os alentejanos são preguiçosos”, este comportamento apresenta-se de todo um erro e não pode ser aceite como normal.

Chegados a este trâmite, de realçar a última e importante componente da descoberta da certeza. Atingimos então, a necessária negação da blasfémia e da calúnia. Esses entes mortais, que ligados ao boato, criam muitas vezes infernos desnecessários às pessoas. De onde provêm? Da má-fé, da desonra, da falta de valores e honestidade. Calúnia afirmação falsa e desonrosa a respeito de alguém, imputando um facto determinado a outrem agindo com dolo. Expressasse verbalmente, de forma escrita, por representação gráfica ou internet. Está postulada no código civil português de formas distintas, tais como o direito que todos temos à imagem (artigo 79º do Código Civil), direito à reserva sobre a intimidade da vida privada (artigo 80º do Código Civil). Estes direitos classificam-se de personalidade, ou seja protegem o homem naquilo que ele é, protegem-no o na própria personalidade. São direitos absolutos, são inatos e servem para proteger todas as manifestações internas da pessoa humana. Emanam da própria pessoa que visam proteger.

Em suma, a verdade é a soma de um conjunto específico de atribuições e significações, no dizer de Saint-Exupéry,”… a verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica…”!


Fonte: blogue de um aluno de Direito da Universidade do Minho, colega de um membro da Luso Canalha - Culturalidades - http://culturalidades.blogs.sapo.pt/

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