Segunda edição do nosso "Espaço Musical"



Espaço Musical 




 Sugestões para que a Filarmónica União Popular Luzense tenha um futuro sustentável.

Saiba tudo sobre a cultura musical contemporânea na freguesia da Luz aqui no nosso "Espaço Musical", com músicos, ex-músicos, dirigentes, ex-dirigentes, maestro e antigos maestros da nossa filarmónica e de todas as colectividades ligadas à música na nossa pequena localidade. Haverá lugar para a opinião pública dos cidadãos da nossa freguesia em relação à nossa cultura musical. Vamos aproximar dos luzenses a música produzida na Luz e os projectos em marcha. Queremos manter vivas as nossas tradições. Nesta segunda edição do nosso Espaço Musical temos connosco Fernando Miguel, ex-músico da FUPL, que nos deixa sugestões muito úteis para a nossa filarmónica. Agradecemos-lhe desde já a sua participação e colaboração com o nosso projecto de divulgação da cultura musical da nossa freguesia e promovendo o debate e o desenvolvimento musical na nossa pequena localidade.




"Caros Amigos,



Li, no site da Luso Canalha, o texto onde o meu amigo Faustino opina sobre o momento atual da nossa Filarmónica. Senti que também podia partilhar convosco a minha opinião sobre este tema, esperando poder contribuir para que sejam encontradas, por quem dirige, as melhores soluções para os problemas que a FUPL atravessa. 


1. Na FUPL nada pode ser mais importante do que a Filarmónica. Podemos acabar com o bar, podemos não ter bilhar nem TV, podemos no limite nem ter Sede. Mesmo assim poderia existir FUPL (a tocar e a ensaiar numa sala da escola, da junta, etc.). Mas, por melhor que seja a Sede, por mais obras que se façam no bar, por mais subsídios que se recebam para fazer seja o que for, sem Filarmónica não há FUPL e tudo o resto deixa de ter sentido. 

2. O essencial duma Filarmónica são os músicos (normalmente chamamos executantes). Podemos tocar de T-shirt (não fica bem mas toca-se), podemos ensaiar num barracão (é desagradável mas também se faz). Sem músicos não há Filarmónica. Este é o maior risco por que passa a FUPL. A FUPL corre o risco de ficar sem músicos. (Se só chamarmos músico a quem conseguir dar uma escala de dó sem soluçar contem lá quantos músicos recentes terá a FUPL?)

3. Tenho visto no site da FUPL que se vai iniciar a nova época com novos reportórios, com musica tipo x ou tipo y, etc., etc.. Esqueçam. Isso é de somenos. Formem músicos.

4. A maioria dos miúdos que toca há 1, 2, 3 anos está muito longe de tocar bem. Não é por mudar reportórios que o vão passar a fazer. Sem 4 ou 5 dos músicos mais antigos (Abilio, António, Rui, Miguel – são só alguns exemplos) dificilmente fazem um concerto minimamente aceitável. A formação que a maioria dos miúdos recebeu é muito deficitária. E podem ter a certeza que eles são quem mais deseja ter uma boa formação. Nós é que não lha estamos a dar.

5. Dediquemo-nos então ao que é importante. Façamos ensaios (formação) o mais individualizados possível. O ensaio geral sem formação individual anterior, para a grande maioria dos atuais executantes, é muito pouco útil. Introduzamos as peças do atual reportório nessa formação. Insistamos no básico da formação (escalas, arpejos, ligar notas, picar notas, etc.). Se o fizermos a boa execução virá naturalmente e mais depressa do que pensamos. Depois do básico estar assegurado, então aí sim, introduzam-se novos reportórios e aumente-se, gradualmente, a sua exigência.

6. Foquemo-nos em objetivos de médio prazo. Uma viagem à America ou ao Canadá dá alento e incentivo apenas de curto prazo (cada vez menos). Uma obra nova (betão) faz o mesmo (quando acaba a obra voltamos ao ponto de partida). A formação de músicos garante-nos o médio prazo. Por mais obras e viagens que se façam tudo será em vão se não se mantiver a FUPL a tocar, e de preferência bem. 






Tal como dizia o Faustino eu também não quero ofender ninguém. Mas, se para que a FUPL continue a tocar é preciso dizer algumas verdades menos agradáveis de se ouvir, então que se diga. Sem medo e sem ofensas. Todos somos precisos. Mas, a FUPL é mais importante do que qualquer um de nós individualmente. 







Abraço,

Fernando Miguel"


Um exclusivo Ultras Luso Canalha 2002

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