Os primórdios do futebol na Luz


20 anos de História do Luzense em poucas palavras - parte 2


Na freguesia da Luz o futebol surgiu em finais da década de 60, inícios da década de 70 a ser praticado com regularidade, impulsionado pelos jogos nos recreios de escola e pela Casa do Povo da Luz. Durante décadas a equipa da Casa do Povo da Luz formou muitos jogadores de futebol e competiu em provas ainda não federadas na ilha Graciosa. Nas equipas do Casa do Povo figuraram nomes bem conhecidos da nossa freguesia e do desporto na Luz em especial. Baltazar Machado, Rui Jorge Melo, Faustino Melo, Manuel Melo, António Silveira, entre outros, fizeram parte das primeiras grandes equipas de futebol no Sul da Graciosa. Quando jogavam eram identificados pelas restantes equipas da ilha pelos do Sul. Anteriormente tinham jogado futebol outros nomes sonantes da nossa pequena localidade tais como Fernando Medina, Ramiro Teixeira, e muitos mais. Um dos primeiros treinadores do clube foi António Pais da Silva, o famoso António "Folião", personalidade incontornável da História da nossa freguesia. António Pais, tal como é mais comummente reconhecido, foi um dos primeiros técnicos de futebol no desporto luzense. Ali despontaram muitos jovens ao longo de várias décadas, formando várias gerações de grandes jogadores da ilha que viriam a ter sucesso em clubes federados, tais como Rui Jorge Melo, António Silveira (guarda-redes), Paulo Jorge (mítico ponta de lança da nossa freguesia e do Luzense) e Emanuel Pacheco (um dos melhores jogadores de sempre da ilha), todos ao serviço do Graciosa FC. No Sport Clube Marítimo surgia um grande valor futebolístico, Faustino Melo, um apaixonado pelo futebol da ilha e um mecenas no futebol da Graciosa, hoje emigrado nos EUA, nunca esquecendo os clubes que representou, apoiando em tudo o que pode, com os seus próprios recursos económicos frutos do seu trabalho e suor. Surgia também na ilha o talentoso Guarda-Redes Luís Espínola, um dos jogadores que na História do Luzense durante mais temporadas representou o clube de sempre. Surgiriam mais tarde grandes jogadores formados pelo Casa do Povo tais como os irmãos Gaspar Bettencourt e Belchior Bettencourt, Mário Rui Araújo, Jorge (Marrilhas), Francisco Silva (exímio marcador de grandes penalidades), Isidro Melo,  Manuel Osvaldo Ramos, Mark, João Natálio, George Ortins, Manuel de Jesus, Isidro Melo, José Machado, Pedro Salvador, Délio Melo, entre outros. Nascia o Luzense em 1992 fruto de um trabalho continuado  e pelas mãos do seu grande mentor e concretizador do projecto Fernando Mesquita, na altura Presidente da Junta de Freguesia da Luz e que durante muitos anos transportava os jovens da freguesia para os pelados onde jogavam com as restantes equipas da ilha nos vários escalões. O Casa do Povo chegou a ter todos os escalões de futebol. A 8 de Setembro de 1992 era registado e fundado o novo clube da Luz, com símbolo e bandeira criados por Ricardo Jorge Araújo, grande músico açoriano e apaixonado pelo futebol com grande ligação à nossa pequena localidade no Sul da ilha branca. Com a ideia inicialmente de ter um símbolo vermelho e branco e a bandeira com  as cores do AC Milan, eis que a mudança de planos operada à data da fundação do clube criou um Grupo Desportivo Luzense com as cores do Internazionale de Milano (Inter de Milão). Os sócios fundadores do Luzense estão  enumerados em acta constitutiva do clube, figurando nomes sonantes da freguesia da Luz que são grandes adeptos de futebol. Pelo Luzense foram passando grandes jogadores de futebol, alguns deles de fora da ilha Graciosa, destacando-se dois excelentes futebolistas que ajudaram o Luzense a obter grandes classificações nas provas de ilha na década de 90, como Eusébio e Tavares.  Com a fundação do clube surgia também o projecto e construção do Estádio Municipal da Luz na primeira metade da década de 90 que, fruto de mudanças de ideias e de algum centralismo,  após ter sido o primeiro campo da ilha a ser projectado para o mesmo a colocação de um relvado natural acabou por permanecer com piso pelado até receber recentemente um moderno relvado sintético de terceira geração, dos melhores existentes nos Açores e a nível nacional. Figurava nas camadas jovens do clube, à data da sua fundação, o jovem que fazia lembrar Diego Maradona com os seus reflexos, velocidade, agilidade e técnica fenomenais. O Luzense goleava os seus adversários, naquele tempo, nas camadas jovens, com goleadas à antiga e com mais de metade dos golos apontados por este grande jogador que é Márcio Melo, o Maradona da Luz. O futebol da Graciosa talvez nunca terá visto um jogador com semelhanças a este, único na sua forma de jogar, com veia para o golo e capacidade técnica fora do comum, o qual por força da pouca visibilidade do Luzense e do Campeonato da Graciosa a nível regional e até nacional não teve uma carreira ainda mais sorridente e, quiçá, como jogador profissional de futebol. Trata-se do melhor jogador do Luzense e da freguesia de todos os tempos, o qual esteve apenas com 16 anos para ingressar nas camadas jovens do C.F. os Belensenses, histórico clube lisboeta. Com apenas 14 anos já jogava nos jogos amigáveis pela equipa principal. Um autêntico prodígio do futebol da Graciosa que em 2006/2007 se sagrou o melhor marcador da Graciosa em seniores com 27 golos em toda a temporada ao serviço do Luzense na melhor temporada de sempre do clube, seguido mais tarde por Nelson Melo, seu irmão, excelente médio que se estreou na equipa principal com 16 anos e que representou o Santa Clara no escalão de Júniores, do qual voltaria para o Luzense. É isto e muito mais que nos orgulha enquanto luzenses. Brotava também nesta altura outra grande figura do futebol na ilha, o sucessor de Gaspar Bettencourt que ao seu lado cresceu como grande central e um dos melhores jogadores de sempre do Luzense. Diversas lesões graves e a idade têm lhe entravado a carreira mas este sempre demonstrou fidelidade ao Luzense. Estamos a falar de Pedro Salvador, capitão do Luzense desde o fim da carreira de Gaspar Bettencourt (antigo capitão do GDL) até 2010/2011.  Grande defesa central, com elevados recursos técnicos e posicionamento excelente em campo, foi nele que o Luzense teve a sua alma e a voz de comando nos, até ao momento, mais altos momentos de glória do Luzense. Mas antes, ingressaria no Luzense Paulo Jorge Silva (vaca), o possante ponta-de-lança do Luzense, vindo do Graciosa FC, regressando ao futebol da sua freguesia, onde com a sua presença na área, por vezes em jogos em que nem se dava pela sua presença, de um momento para o outro resolvia um jogo. Terminou a sua carreira também já perto dos 40 anos e com centenas de golos apontados como jogador senior na Graciosa. Continuaremos nos próximos dias com a nossa rubrica de 20 anos de História do Luzense.

Por: Ultras Luso Canalha 2002 - direitos sobre o artigo reservados e copiável apenas com autorização prévia - 2013





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