Mais uma festa na ilha só com uma filarmónica

Infelizmente, as filarmónicas começam a ter menor preponderância e espaço dedicado para as respectivas actuações das bandas filarmónicas da nossa ilha, as instituições musicais mais antigas da nossa ilha. Começa a ser cansativa para os músicos das filarmónicas este tipo de posturas em algumas festividades da ilha, à qual a filarmónica da Luz, ao organizar as suas festas, seguiu esses exemplos mas colocando a sua própria banda a fazer dois concertos em cada uma das festas, respondendo à "letra" a quem não convida a banda para actuações. Outras bandas não têm oportunidade de fazer o mesmo, pois não têm organização de festas a seu cargo. Vai ser mais um excelente Verão de festividades na nossa ilha, pecando apenas pelo afastamento da nossas bandas da maioria das festas, concentrando as mesmas apenas em procissões, talvez recorrendo a um presumível sistema adoptado há umas décadas atrás, mas que agora tem especificidades outrora não existentes: os já tão famosos concertos de música portuguesa com artistas de qualidade discutível,  em alguns casos, mas com sucesso em algumas festas que apostaram em alguns dos melhores naquela vertente musical. O contrapeso é feito recorrendo, e muito bem, aos conjuntos musicais da nossa ilha, os quais demonstram muita qualidade e trabalho feito com muito sucesso. Está plasmado, um pouco, também o trabalho já feito pela Associação de Músicos da Ilha Branca na defesa da cultura musical graciosense, partindo dos artistas e conjuntos musicais da ilha. O problema está nas filarmónicas? Será que estas estão a perder a qualidade que tinham anteriormente? Será reflexo de  uma nova mentalidade? Para uns as filarmónicas fazem parte do passado, para outros, sem elas as procissões não teriam impacto junto das populações, e ainda para outros, as filarmónicas só fazem sentido se tiverem oportunidade de fazerem concertos com contrapartida monetária para ajudar nos gastos correntes das mesmas. Há quem diga e insista no pensamento de que as filarmónicas são uma "camada" de bêbedos, mas é um pensamento falso e que desmotiva os próprios músicos. Há uns anos atrás falava-se na falta de qualidade e de instrumental de qualidade nas nossas bandas filarmónicas. Actualmente essa qualidade existe e surgem outras críticas injustas, do conhecimento da maior parte dos graciosenses. Afinal vão continuar sempre criticando as nossas bandas filarmónicas? Começam amanhã as festas de Verão na Graciosa, sendo mais uma festa na ilha só com uma filarmónica. Onde pairam as outras filarmónicas? Eis o enigma que ninguém resolve. Boa sorte a todas as comissões de festas e a todos os intervenientes que possibilitam um Verão cheio de alegria, emoção e divertimento na nossa ilha.


Nota: um exclusivo Ultras Luso Canalha 2002 - 28 de Junho de 2012.

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